Monday, June 18, 2012



        
CONTOS DE RATAZANA
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16. Episódio



Da tristeza de Pipocas, para a noite na casa do fado-vadio. Como o Faísca foi notícia


Depois do seu delírio, o Pipocas voltou para casa e para os seus amigos. Vinha demasiado cansado. A sua fúria fora tocada pelos dedos ásperos da violenta experiência. Começou a viver de uma maneira sóbria, levantando-se da cama tarde e a más horas, só saindo de casa depois de comer para ir para a loja. As conversas zumbiam à sua volta, ele ouvia-as, mas não se ralava. A Xanana Maluca teve uma rápida e cobiçada rede de amantes e em Pipocas não se produziu a mínima emoção. Quando, uma noite, Artur Bófia se enfrascou e se meteu no apartamento na cama dele, foram Catanada e Pascácio que tiveram de o tirar de lá, tão sóbrio o Pipocas se encontrava. Quando Simão Simãozinho, emborrachado e com uma garrafa de vinho, festejou uma vitória do Benfica, já muito fora de época, partiu um vidro e foi de cana, não conseguiram sequer atrair o Pipocas para a discussão habitual do caso, embora os pormenores fervilhassem ao seu redor e o seu parecer fosse entusiasticamente solicitado. Não tardou muito que os amigos não começassem a ficar preocupados por causa dele.

— Está pesado — disse Catanada. — Está feio.

Very nice sugeriu.  

— Num mês, o Pipocas gozou tudo o que tinha para gozar numa vida toda. Fartou-se de malhar e fartou-se de prazeres.

Em vão os amigos tentaram tirá-lo da gruta da sua sobriedade. Ao fim da tarde, no quintal, contavam as histórias mais bizarras que conheciam. Narravam os pormenores do quotidiano do Marco de Canaveses e Catanava pesquisava todas as freguesias do concelho à procura de notícias e trazia para o quintal tudo quanto tivesse o mínimo interesse para o Pipocas; mas nos seus olhos lia-se a idade e a moleza.

— Tu não andas fixe — insistiu de novo Very nice. — Há qualquer problema dentro de ti.
— Não — replicava o Pipocas.

Repararam que deixava as moscas pendurarem-se nos cabelos durante algum tempo e que, quando as enxotava, o fazia desajeitadamente. A pouco e pouco, a boa harmonia, a risada pronta foram desaparecendo da casa do Pipocas e precipitaram-se na larga fossa da sua falta de ação. Oh, que triste dava ver esse Pipocas que lutara por causas perdidas ou de qualquer outro género; esse Pipocas que era capaz de beber até mais não; esse Pipocas que respondia ao apelo do amor como um leão enfurecido! Agora passava o tempo sentado na loja, de óculos gucci, os joelhos esticados para a frente, os braços caídos, a cabeça erguida para a frente como se nela houvesse um escuro e gordo pensamento. Nos seus olhos não se lia o prazer, nem o desgosto, nem a alegria nem a dor. Triste Pipocas, como a vida te abandonou! Aqui estás sentado como o primeiro homem antes de a balança atingir o seu máximo de cento e trinta quilos; e como o último, depois de a balança se ter avariado. Mas cuidado, Pipocas! Não estás só. Os teus amigos estão atados a esse teu estado! Olham para ti por um olho fechado. Vê como eles sofrem! Acorda para a vida, Pipocas, para que eles vivam de novo! Foi assim, mais ou menos, embora não em palavras tão bonitas, o que Catanada disse. Depois, erguendo um jarro com chã de penas de melro, deu-a ao Pipocas.

— Bebe lá — disse —, limpa-me essas tripas.

Pipocas pegou no jarro e bebeu o chá. Em seguida voltou à sua preocupação e tentou de novo encontrar o seu ritmo emocional.

— O que é que te dói? — perguntou Catanada.
— Não me dói nada — respondeu o Pipocas.
— Estás doente, Pipocas?
— Não.
— Então o que é que te faz tão mole?
— Sei lá — disse o Pipocas. — Sinto-me bem assim. Não quero fazer nada.
— Talvez fosse melhor levarmos-te a um médico. Que dizes?
— Já vos disse que não estou doente.
— Então olha — exclamou Catanada. — Vamos dar uma festa em tua honra lá na adega do Ratazana. Todos os moradores vão estar presentes. Temos guitarristas, fado-vadio, comida e vinho à discrição! Há para ai umas dez ou vinte sardinhas a cada e pimentos. Não queres vir?

Pipocas respirou fundo. Voltou-se por um momento para o limoeiro alto e carregado. Talvez ele murmurasse às folhas do limoeiro uma promessa escondida. Voltou-se rapidamente para os amigos. Havia febre nos seus olhos.

— Claro que quero ir. Despachem-se. Tenho fome. Há lá raparigas?
— Montanhas delas. Todas as raparigas.
— Então contem comigo.

Catanada vazou-lhe outro jarro de chá e observou-lhe o rosto enquanto o líquido desaparecia pela goela abaixo. Os nervos ganharam uma certa energia. Lá do fundo, o velho Pipocas emergiu por um momento para a vida. Matou uma mosca com um sopro digno de um mestre. Lentamente, um sorriso vincou no rosto de Catanada. Mais tarde reuniu os amigos todos, Pascácio, Very nice, Artur Bófia, o Faísca, João-Ninguém e Nino Cardoso. Levou-os para os anexos para o fundo do quintal.

— Dei-lhe dois jarros de chá de penas de melro e fez-lhe bem. Do que ele precisa é de muito chá e talvez de um convívio. Onde é que se pode arranjar convívio?

Procuraram mentalmente todas as hipóteses em Marco de Canaveses, como cães perdigueiros numa corrida, mas não havia caça. Estes amigos eram amigos verdadeiros, capazes de tudo. Tinham amor por Pipocas. Por fim Very nice disse:
 
— No Ratazana canta-se agora o fado-vadio.

A mente dos amigos saltou como uma esfera, à procura de alguma coisa com curiosidade. Passaram-se alguns minutos antes que as suas baralhadas imaginações pudessem concretizar-se à alternativa.

— Mas, é uma ideia — raciocinaram eles em silêncio. — Uma noitada não era assim tão má... mas só uma noitada.

Os rostos revelavam o modo como, no interesse do Pipocas, os medos iam sendo vencidos.

— Vamos a isto — disse Catanada. — Amanhã vimos do trabalho e à noite levamos ao fado-vadio o nosso amigo Pipocas.

Quando, no dia seguinte, o Pipocas se levantou da cama e percorreu a rua em direção à loja, o seu optimismo estava em alta. Entrou na loja e sentiu-se, fino. Será uma mudança, Pipocas? Liberta-te do azar que te persegue? Já sentes os prazeres da vida? Sim. O Pipocas continua a ser o mesmo como o era antes umas semanas. Tal como, Marco de Canaveses, está bem diferente. Logo de manhã bem cedo espalhou-se o boato. «Os amigos do Pipocas vão ouvir o fado-vadio.» Falava-se neles na rua, em todos os lugares, e todos se apressavam a comunica-lo: «Os amigos do Pipocas vão ouvir o fado-vadio.» Fizeram-se alguns comentários de pouca valia. Havia meses que não acontecia nada de tão excitante no Marco de Canaveses. Durante toda a semana nem uma só pessoa se lembrou de falar em Xanana Maluca. Só ao fim da tarde vieram a lume notícias dignas de crédito, mas vieram de uma rajada.

«Vai os amigos do Pipocas ao fado-vadio.»
«Todo o mundo vai.»

Na sala da adega começaram a surgir modificações. O dono da adega limpou o pó do microfone e escolheu o guitarrista Pedro Simões e o viola Nel Garcia, os mais badalados que haviam. Saltara um raio e o Marco de Canaveses era um riacho. É que era uma mesa para sete amigos que iam dar uma festa em honra do Pipocas! Dito isto, até parece que o Pipocas só tinha sete amigos! A cozinheira desceu ao pátio e assou um cabaz de sardinhas e pimentos com tomates. Na ementa incluía também uma grande tarte de cereja. Por todo o Marco de Canaveses a guitarra e a viola fizeram ouvir os seus sons, ao serem experimentados.

«Rádio Marquinho e as notícias! Mais notícias da adega do Ratazana. Vão dar fado-vadio. Estão prontos. Serão pelo menos quinze escudos por pessoa. Vejam só se não vale a pena quinze escudos com vinho à disposição.»
     
O Papagaio não tinha garrafas para tanta gente. Toda a gente pelo mínimo bebia uma garrafa de vinho. O próprio Papagaio, apanhado na corrente da situação, disse à mulher:

— Talvez a gente lá vá fazer companhia a ele. Levo algumas garrafas para os meus amigos.

À medida que o dia escurecia, nuvens de entusiasmo caíram sobre o Marco de Canaveses. Fatos e vestidos guardados durante algumas épocas foram tirados dos cabides e pendurados ao ar fresco. Estavam cobiçados pelo caruncho, cheiravam um cheiro a naftalina. E o Pipocas? O Pipocas estava sentado como um homem meio cheio de gás, remexendo-se por tudo e por nada. Bem ele deu conta de que nessa noite a adega do Ratazana estava repleta de moradores do Marco de Canaveses. Bom do Pipocas! Pelo catorze pares de olhos observavam a porta da entrada. Antes de aparecer a comida levantou-se, ajeitou-se e saiu da sala em direção do quarto de banho. Mal voltou à mesa, apareceu a comida. Pratos de batatas, travessas com sardinhas a fumegarem, saladas de tomate e alface, tartes de cerejas que eram uma delícia! E veio a pinga, garrafas e garrafas dele. Martins desenterrou um pipo de cachaça do seu terreno de batata podre e levou-o para o oferecer a Pipocas. Por volta das oito os amigos começaram a puxar pelo ambiente, alegrando-o e incentivando-o, nas larachas. Riram e o cansaço largou-os. Estavam tão felizes que as lágrimas lhes chegaram aos olhos. As luzes apagaram-se e toda a gente se acomodou nas cadeiras. Depois, toca de acender velas e erguer os olhos para a cantadeira. E era ver os homens e as mulheres a fixar sem intermitentes os olhos no palco.

Mamã Rio, uma voz operária, avançou para o meio da sala e colocou-se ao meio da guitarra e da viola, cantando uma letra cheia de fado-vadio-puro. Tonito, esse reles indecente, espevitou a garganta soltando um grande berro e o dito: «Ah, leoa!» Berros, boas cantigas, vozes desgovernadas de homens e mulheres, a algazarra que todos em alvoroço faziam por toda a sala. Um carro da polícia apreensivo subiu a colina vindo do Marco de Canaveses, e abeirou-se da adega.

«Oh, é só um convívio! Claro que bebemos uma pinga de boa vontade. Não partem a cabeça a ninguém.»

A noite passou tensa de novidades. Devia haver algum motivo, alguma confusão. Homens puseram-se à pancada, lutando uns contra os outros. Mães deram instruções aos filhos e incentivaram-nos a ir à luta. Nunca houve tanta pancadaria. Atrás das mesas havia recém-fadistas, esperando ansiosamente as últimas pancadas. E as pancadas chegaram.

«Pascácio deu uma cabeçada no cliente por este fazer barulho.»
«Ratazana deu um pontapé no cão do Faísca.»

 Pancadaria.

«O cão voltou a atacar.»
«Catanada anda de mau humor.»

Fizeram-se algumas queixas de pouco relevo. Havia muito tempo que não acontecia nada de tão excitante no Marco de Canaveses. Quando os ânimos acalmaram, na adega do fado-vadio, ficaram só lá os da casa. O Pipocas e os seus amigos abandonaram o convívio e dirigiram-se rapidamente para casa. Perguntaram:

— Viram o Faísca?
— Vimos, passou por aqui há um bocado, ia a mancar.

Pipocas e Catanada procuraram juntos. Seguiram o rasto do amigo pelo carreiro escuro. De resto, Catanada não se lembrava do Faísca se ter pirado e dito onde ia. Até que o toparam no fim do carreiro. Estava iluminado pela fraca luz do local. Precipitaram-se para ele. Quando chegaram perto, o Faísca não se voltou. Eles pegaram-lhe pelos braços e levantaram-no.

— Faísca! Tás borracho?
— Um pouco tonto.
— Tonto como, Faísca?
— Tonto.
— Então, vens connosco?
— Se é pra ir, vamos lá.

Com o Faísca pelo meio, desceram o carreiro a correr. Muito antes de lá chegarem, já ouviam o endiabrado carro da polícia a passar por eles em speed. Os três chegaram todos cansados de correr. O Faísca levantou a cabeça e uivou como um lobo. Os amigos estenderam uma garrafa de vinho às suas mãos, e o Faísca bebeu tudo de uma golada só. Aquilo é que foi o convívio! Mais tarde sempre que alguém falava de um convívio falava de um convívio com entusiasmo, era tão certo como o Sol iluminar que havia alguém que dizia com veneração: «Foste àquele convívio lá na adega do fado-vadio?» Aquilo é que foi um convívio! Nunca mais alguém tentou fazer um melhor. De resto, tal coisa era impensável; foi de facto, um dia depois, o convívio do Pipocas era posto a umas alturas que o punham acima de todos os outros convívios jamais realizados. Qual foi o homem que saiu de lá nessa noite sem sequer levar um soco? Nunca houvera tanto soco; não foram dois a bater, mas montes deles em que participarem na pancadaria, lutando uns contra os outros. Oh, os femininos gritinhos de revolta e incentivo que se soltavam das gargantas das mulheres! E os amigos do Pipocas..., cantaram tanto que a voz baixou nas últimas cantigas. Os instrumentos tocaram tão alto que quase ficaram com problemas pulmonares como pilecas arruinadas dos pulmões. Também o Faísca tornou-se o bombo da festa. Diga no futuro um idiota pretensioso cheio de inquietação: «Viste o Faísca pedir àquela estrangeira para cantar? Viste ele andar à roda das mesas, como duas pombas? Viste como ele se comportou na noite do convívio?»

Algum dia um escritor porá num escrito, talvez, uma história fria e doentia do convívio. Possivelmente referir-se-á ao momento em que o Pipocas e os amigos, virando as mesas de pernas no ar, desafiaram tudo e todos para uma batalha campal. E poderá rematar: «Veja-se com frequência que uns matulões descontrolados são capazes de uma resistência e de uma brutalidade animal. Onde quer que o Pipocas e os seus amigos fossem, surgia uma grande loucura. Afirmou-se apaixonadamente no Marco de Canaveses, que o Pipocas e os seus amigos, só eles à sua conta, beberam seis garrafas de vinho cada. É preciso ter um bom arcaboiço. Dentro de alguns anos são capazes de dizer sessenta garrafas. Daqui a dez anos é possível aumentar o número e por aí adiante. A noite passou rapidamente. O Faísca não abrandou na sua violenta agitação. O Faísca, diz toda a gente do Marco de Canaveses, mudara totalmente de aspeto, desde que se infiltrara no grupo do Pipocas. Os seus olhos diminuíam tanto como mirones de um grilo. Lá estava ele, de pé, na sala da sua própria casa. Numa das mãos segurava a lata das moedas, e até essa tinha já aumentado.

— Quem quer dinheiro? — berrou. — Há alguém nesta terra que não tenha dinheiro?

As pessoas não tiveram vontade. Aquela pesada lata de moedas, tão cheia, deixara de se tornar a cobiça deles. O Faísca balanceou-a em volta dele. O som dos pássaros deixou de se ouvir e cessou. O cão que ladrava abrandou. A sala esfriou e o silêncio pareceu rugir no ar como um leão.

— Não há ninguém? — berrou o Faísca de novo. — Então, ninguém quer o meu dinheiro?

Os homens compadeceram perante os seus tristes olhos e olharam atraídos a trajetória que a garrafa descrevia no ar. E ninguém aceitou a oferta. O Faísca esticou-se. Dizem que por pouco o seu corpo quase ia parar no chão com a lata.

— Então irei dar aqueles que são amigos dignos do Faísca!

Encaminhou-se para a saída a passos largos, mas um tanto cambaleantes. O vinho fervia-lhe nos miolos. As pessoas, assustadas, abriram alas para o deixar passar. Saudou-os ao sair de casa. As pessoas ficaram paradas e escutaram. Ouviram-no adiante bradar o seu grito de dor. Ouviram a lata de moedas voar como um foguete pelo ar fora. Ouviram o barulho dos seus passos a descer o carreiro. E, depois, por detrás do muro, na ravina, ouviram o Faísca precipitar-se para a descida. Ouviram lançar o seu último grito e depois uma queda. E logo o silêncio. Durante um largo período de tempo as pessoas esperaram, sustendo a respiração para que o ar fluido do ar vindo dos seus pulmões não abafasse som algum. Mas em vão escutaram. A paz descera sobre a noite e o cinzento despontar do dia aproximava-se. Catanada foi o primeiro a quebrar o silêncio.

— Que teria sucedido? — exclamou.

E Catanada precipitou-se pelo carreiro fora. Homem arrojado, não havia medo que o detivesse. Os outros seguiram-no. Foram atrás do muro, onde se tinha ouvido os últimos passos do Faísca, e chegaram à beira da ravina, onde um difícil carreiro em esse descia até ao fundo daquele antigo curso de água seco. As pessoas que seguiam o Pipocas e Catanada viram-nos descer velozmente o carreiro. Lentamente, foram no encalço deles. Encontraram-nos debruçados sobre o Faísca que estava feito num molho. Tinha caído de sete metros de altura. O Pipocas acendeu um isqueiro.

— Parece-me que ainda mexe — berrou. — Vão chamar um médico. Tragam também o curandeiro Valério.

O povo dispersou-se. Dez minutos depois, um médico era acordado e tirado da cama por fanáticos amigos. Não lhe deram tempo sequer para respirar. Não! Foi empurrado para a saída com a sua maleta dos instrumentos. O curandeiro Valério, arrancado da cama, subiu ofegante a colina, sem saber ao certo quem ia atender. Entretanto, o Pipocas, Catanada, Pascácio e Very nice subiram o carreiro levando o Faísca e deitaram-no na cama. À volta dele acenderam velas. O Faísca respirava arduamente. O médico foi o primeiro a chegar. Deitou um rápido e suspeito olhar sobre eles e não levou muito tempo a examinar o Faísca. Já tinha terminado quando o curandeiro Valério entrou. No quarto de dormir para além do curandeiro Valério, o Pipocas, Catanada, Pascácio, Very nice, Artur Bófia, João-Ninguém e Nino Cardoso encontravam-se lá; e eles eram a família do Faísca. A porta do quarto estava, e está, fechada. Mas cá fora, onde os moradores do Marco de Canaveses se aglomeravam a ponto de se acotovelarem, havia rigidez e um silêncio infernal. O médico e o curandeiro trocaram um subtil olhar entre si. Quando o curandeiro Valério saiu do quarto, o seu rosto não alterava; mas, ao vê-lo, as mulheres desataram num ruidoso e tremendo pranto. Os homens bateram os pés no chão como cavalos de corrida e depois saíram. O dia despontava. O quarto do Faísca permaneceu de porta fechada.

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