Sunday, October 5, 2008

CONTOS DE RATAZANA



                                                   
Mensagens de telelés…



As mensagens de telemóvel de Maria MancaMula acabam sempre por chegar a Armindo Barriga Cheia, ande ele por onde andar. Chegam atempadamente e a horas. Isso queria dizer que ela se sentia sózinha!... vou dar em maluca, se passo mais outra noite sem fazer amor contigo. Não penso noutra coisa, senão nesse teso pau e nos momentos agradáveis que ele dá; neste momento dava tudo que tenho para o ter na minha mão, e poder desfrutá-lo a meu bel-prazer. Chego a sonhar com ele! Não me satisfaz ser comida por o meu homem. Às vezes, apetece-me ir à tua procura, mas sei de antemão que és capaz de acabar comigo e não me quereres mais para tua amante. Nunca te passa pela cabeça pensar em mim e nos momentos bons que passámos juntos? Espero que o faças e que, algumas vezes, tenhas desejado que eu estivesse aí, na tua casa contigo, a chupar camarões, a beber champanhe, a levar c´o teu pau a gozarmo-nos um ao outro até eu ficar como o passarinho em cima do bilhar. O meu homem é um grande chato, posso dizer-te, pois ele faz tanta falta como a viola no enterro. Está sempre a perguntar o que é que eu faço, quando ele não está em casa, vai até ao ponto de querer saber como é que eu faço para me realizar? Julgo que actualmente o meu homem só deixa o cão coçar-lhe o raio da coisa. As poucas noites que vai para a cama comigo obriga-me a aquecê-la. Eu não me importo, gosto de ter a cama sempre quente, mas gostava mais que estivesses no lugar dele para me possuíres as vezes que quisesses… E por aí adiante. «De Maria MancaMula sempre tua», é assim que acaba a mensagem. A outra é mais comprida. Tão comprida como o pasquim do Lord.

Armindo Barriga Cheia sorriu com aquela loucura toda e, digita ele: «Tenho de te confessar que estou também louco por ti. Julgo que é por teres uma racha tão pequena. Quando penso no tamanho dela, sinto uma excitação maluca. Aliás, durante a maior parte do tempo em que não tenho nada para fazer, eu estive sempre a pensar em ti. Sentia-me tão contente por ter novamente uma amante para me possuír (a outra parecia um morcego, sempre a chupar-me) que me pús a descansar, assim que acabei de comer, mas sentia-me tão em fogo que não aguentei e tive que tocar à gaita. Estava tão louco que estive quase a acertar com o espermatozóide no buraco do meio do bilhar. Oh, pá! Era fantástico se acerto no buraco, que esteve por um poucochinho, de modo que esta era a minha primeira boa rosca desde a tua ida. Foi grandioso, é lógico, se bem que não é nada que se compare, como quando és tu a tocá-la. Então, borrei-me todo! Já nem me segurava nas ganchetas, quando me levantei com cautelas, e fui lavar-me, e aí, eu tive que mudar de roupa interior e esfregar-me com carradas de perfume... E termino a minha mensagem com a minha dedicatória. «Do Armindo Barriga Cheia com próspero amor.»

Sai para uma ida ao bar, sentindo uma das mãos levemente cansada. Sabe que é um bom petisco para as prostitutas com quem se cruza no bar, todas elas andam mortinhas para o levar ao castigo... são exímias a avaliar a situação económica que qualquer homem possuí. Mas ele não quer uma prostituta. Quer outra Mula, mas uma Maria MancaMula a que não seja obrigado a ficar tão agarrado às mensagens. Mas não descola outra...