Saturday, March 19, 2016


                    



                                  ESTE PAÍS PRECISA É DE INVENTORES
                                  DE IDEIAS BOAS!!!
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ABRAIAS, empresário portuense, está ensaiando um projeto a que chama: «carro-táxi», sob o qual ele espera racionalizar os transportes citadinos. “Abraias”, cujo negócio se situa num dos locais mais movimentadas do Porto, reparou que quase todos os carros na hora de ponta só continham, na sua maioria, um ocupante, o condutor. Os autocarros, por sua vez, rolavam superlotados, sem meios de servir as longas filas de trabalhadores exaustos. Os donos de carros e andantes são convidados a entrar para o clube do «carro-táxi» ao preço de 100 euros anuais, incluindo o seguro. Por essa filiação o condutor recebe um autocolante para colocar no carro e o andante um cartão identificativo com fotografia, número de telefone, e com a palavra «carro-táxi» em letras maiúsculas, e anexo destas um espaço ao qual porá seu destino. A distância através do qual o passageiro é transportado, já está indicada na tarifa do único pagamento do passageiro. Este tema está despertando a atenção da União dos Pobres Andantes e dos Idosos de Muletas que dedicaram especial atenção ao «carro-táxi», onde esperam ansiosamente que a ideia passe à prática.    

                                                                                                                                                  


NUNCA ESQUECEREI esse dia chuvoso passado em casa da tia Justa. Eu ia a caminho da aldeia quando fui apanhado por uma enxurrada de água que me deixou como um pintainho, e fui bater à porta da tia Justa que me acolheu. Depois de tirar a roupa, agasalhei-me num cobertor e sentámo-nos sozinhos à lareira a fumar e a beber uísque, em amena conversa. Quando ficámos animados, falamos dos nossos tempos e contamos das nossas piadas preferidas. A tia justa já nem me via nem me ouvia. Bebeu a última pinga de uísque e atirou às malvas a vergonha por ares e ventos. Eu sentia-me o mais feliz dos mortais, e só desejava que o dia tivesse mais horas. Infelizmente… adormeci a ressonar… num segundo, um balde de água fria voou na minha cabeça e atirou-me da cadeira ao chão. «Reles! ─ gritou a tia Justa. Reles, imundo. Vai rosnar para a tua rua!» Rolei pelo soalho, exclamando: «Ei! Que mal eu fiz?» ─ «Já te digo. Tratei-te tão bem e esta é a paga que tu me dás?» Abriu a porta e com o dedo esticado fez sinal de marcha. Saí pela porta, enxugando o cabelo com as mãos. «Mas que mal eu fiz!»