ESTE PAÍS
PRECISA É DE INVENTORES
DE IDEIAS
BOAS!!!
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ABRAIAS,
empresário
portuense, está ensaiando um projeto a que chama: «carro-táxi», sob o qual ele
espera racionalizar os transportes citadinos. “Abraias”, cujo negócio se situa
num dos locais mais movimentadas do Porto, reparou que quase todos os carros na
hora de ponta só continham, na sua maioria, um ocupante, o condutor. Os
autocarros, por sua vez, rolavam superlotados, sem meios de servir as longas
filas de trabalhadores exaustos. Os donos de carros e andantes são convidados a
entrar para o clube do «carro-táxi» ao preço de 100 euros anuais, incluindo o
seguro. Por essa filiação o condutor recebe um autocolante para colocar no
carro e o andante um cartão identificativo com fotografia, número de telefone,
e com a palavra «carro-táxi» em letras maiúsculas, e anexo destas um espaço ao
qual porá seu destino. A distância através do qual o passageiro é transportado,
já está indicada na tarifa do único pagamento do passageiro. Este tema está
despertando a atenção da União dos Pobres Andantes e dos Idosos de Muletas que
dedicaram especial atenção ao «carro-táxi», onde esperam ansiosamente que a
ideia passe à prática.
NUNCA
ESQUECEREI esse dia chuvoso passado em casa da tia Justa. Eu ia
a caminho da aldeia quando fui apanhado por uma enxurrada de água que me deixou
como um pintainho, e fui bater à porta da tia Justa que me acolheu. Depois de
tirar a roupa, agasalhei-me num cobertor e sentámo-nos sozinhos à lareira a
fumar e a beber uísque, em amena conversa. Quando ficámos animados, falamos dos
nossos tempos e contamos das nossas piadas preferidas. A tia justa já nem me
via nem me ouvia. Bebeu a última pinga de uísque e atirou às malvas a vergonha
por ares e ventos. Eu sentia-me o mais feliz dos mortais, e só desejava que o
dia tivesse mais horas. Infelizmente… adormeci a ressonar… num segundo, um
balde de água fria voou na minha cabeça e atirou-me da cadeira ao chão. «Reles!
─ gritou a tia Justa. Reles, imundo. Vai rosnar para a tua rua!» Rolei pelo
soalho, exclamando: «Ei! Que mal eu fiz?» ─ «Já te digo. Tratei-te tão bem e
esta é a paga que tu me dás?» Abriu a porta e com o dedo esticado fez sinal de
marcha. Saí pela porta, enxugando o cabelo com as mãos. «Mas que mal eu fiz!»