Monday, July 12, 2010


CONTOS DE RATAZANA
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O ATIRA-CÚS...

Afinal sempre é verdade. O Paulo está no topo do mundo por comer um cu rapado. Tudo o que ele quer, como prova da sua excitação total, é um buraco sem pêlos ao ar, quando passa um serão maravilhoso. E não é só um cuzito rapado… um programita bem afinado, ou algo onde não haja que roçar…

«Foi a Pernambucana quem mo deu», confessou-me ele, «e a Baby-Sitter ajudou à festa. Não é de gritos?»

Arquei-a as pernas o suficiente, deixa-se encurvar e ergue as mãos de forma a eu poder ver o seu estilo à cão… Tem o sorriso no rosto… um pouco rufia, porque na sua face ainda se pode ver uma leve malandrice quando a luz incide na sua pessoa.

«Eu tinha uma vontade tão grande enquanto ela se maneava.» Paulo ri-se. «Parecia um touro com olhar de matador. A Baby-Sitter disse que havia de ser bom se eu me pudesse aguentar meia hora antes de me vir desta forma.»

Imagino a cena… A Baby-Sitter segurando a cabeça da cadela entre as pernas, usando-a na lambidela familiar. Paulo mantendo afastada as bochechas do cu da Pernambucana, enquanto lhe passa o pau barbado pelo rego… Sim, deve ter sido uma cena fantástica.

Paulo não se consegue manter quieto diante de mim. Mexe o corpo de um lado para o outro, estica-se quando vê uma mulher a passar. Está outra vez com comichão no pincel… prometer-lhe o queijo foi bem o grande remédio para lhe atiçar os calores. Podíamos jogar um palpite, diz-me com ar travesso, só para ver se o meu faro consegue reconhecer uma paneleira...

Como reconhecê-la… O que eu penso, aquela coisa funciona com a cabeça de baixo, um olhar e fica duro como pedra. É como se já tivesse uma pedra dentro da calça… Mas Paulo sabe como encontrá-la…

Paulo está livre de horário. Agora não tem qualquer impedimento para comer um queijo daqueles, diz ele… talvez venha assediar uma das minhas prostitutas… e lá vai ele direitinho ao meu grupo, para falar com uma à boa. A mula pede muita massa, pede o que quer, e acrescenta, um cuzito careca como aquele não tem preço… está na grelha das virgens…

Paulãozinho, acha ele, havia de ter um formigueiro muito forte com o cheiro. Enfia a mão no bolso, aperta o pénis num anel esganado, e olha para baixo… Sim, não há dúvida que tem de conservar a cabeça para baixo, para manter a calma diz. Faz-lhe cócegas sob a tola… Se não tivesse comido aquele queijo com um cheirinho azedo de ovelha, acha ele, provavelmente não levantaria a cabeça, tão rapidamente, e nunca saboaria… Perderia o seu faro. A Pernambucana e a Baby-Sitter, continua ele, não deixaria que ele as abandonasse…

Paulo diz que adora a Pernambucana, acha que ela é boa sempre depois do jantar. Algumas vezes a Pernambucana parece uma fada, quando se arma em gata naquele estilo mamã que ela tem. A Pernambucana diz-lhe para fazer uma posição e, se não obedecer de imediato, ela obriga-o a fazê-la. A Pernambucana tem muito nervo, especialmente nas noites de garrafas vazias... uma vez postas as suas garrafas em cima da mesa, não podemos negar… e enche uma quantidade de copos para nos esborracharmos. Oh, a Pernambucana mantém-me de pila feita quando brincamos aos cavalinhos!

É claro que também gosta de Baby-Sitter, diz ele, mas de uma forma completamente diferente. Com a Baby-Sitter, sabe-se que é tudo confusão de línguas… Ela na verdade pensa, diz Paulo, que toda a rapariga deve viver uns tempos com uma cadela, mesmo que pretenda largar a prostituição e não ter chulo e ser uma rapariga de poupanças dali para a frente. Paulo, diz que eu tinha razão… as cadelas substituirão os homens…

Paulo senta-se, com as mãos atrás sobre a cabeça, observando-me enquanto me despacho de um cliente. Quer que eu oriente uma mula baratinha. Pede-me ele. Respondo que vou ver. E fica de pernas abertas, os olhos a ver o que se passa. Estou em linha com uma e a alternativa na outra…

Paulo experimenta uma certa negra oriunda de uma África longínqua. Diz chamar-se Sílvia. Quando Paulo a levou, diz-me ele, tudo o que ela fez foi despir-se e ficar esticada como uma tábua de engomar… Agora salta para aqui! Disse-lhe ela, e ele sentiu-se fodido. Abriu-lhe mais as pernas, e deu uma vista de olhos para satisfazer a sua curiosidade. Bem, não se admira se ela tenha posto algodão no pito para encobrir uma possível tia-maria… Ficou em cima dela antes de poder ganhar tesão, a verga na mão e as ideias noutra…

Estar a foder Sílvia com esta atitude é como estar a foder uma velha de asilo, se exceptuarmos o facto de que uma velha de asilo nunca teria uma pintelheira tão farfalhuda. O seu ventre, conta ele, mal se esfregou contra o dela, a única reacção que soou foi o seu SOS de fome, nada mais. Entre as suas mãos não se encontrou um afecto, um carinho, ou um calor de forno de alta tensão, nada além da sua imobilidade. Tem um aspecto mais frio do que uma perua morta… Mas esteve a aviá-lo a conta gotas, como sempre o fez… como uma mulher desfasada, ou ainda mais, aguentou-o até ao fim.

Sei que se tratou unicamente de um cabrito mas isso não torna menos real o facto da sua pele lhe saber a catinga. Enquanto foi só catinga ele não se ralou, deixando-a continuar a espalhar-lhe o contacto com o corpo enquanto a fodeu. É um odor intenso, penetrante, nada que se pareça com o cheiro a suor que costuma deitar…

Não volto a sair mais com Sílvia, desabafa ele… aquele coiro é demasiado pastelão. Tinha o olho do cu na mira, fiquei incontrolável, mal meti o pénis no buraco, gritou como uma fera, e não me deu hipótese e depois aplicou-me uma massagem… uma punheta, para ser mais claro… que completava o serviço…

Paulo não deixa esquecer aqueles momentos que foram foleiros… há muito tempo que não enfiava um urso daqueles, e está muito furioso consigo. Tenho-o de o acalmar, mostrando-lhe que nem sempre se acerta na pomba certa, senão vai falar mal delas. É o único motivo por que Paulo pára às vezes de engatar putas… para que preste mais atenção às não-putas… Claro que não pára por muito tempo… duas noites é tudo o que consegue. Depois, vai querer novamente um cu a bater-lhe ao pau e partirá para outra aventura. Suspeito que pensou que Sílvia só lhe desse o mataco (cu) se lhe oferecesse dormida grátis na sua maison, e tenho a certeza que ela não foi na fita…, ou era muito mais ingénua do que ele para embarcar nessa droga de cantiga…

Paulo estica os braços acima da cabeça e arqueia as pernas, e o sorriso quase lhe desaparece... Quer que eu abafe o caso dele… mas só por uns dias… enquanto ela não tocar no trombone…

«Olha para mim…ela fez-me uma punheta, como se eu fosse um estudante, nem mais… fiz uma figura tão parva que nem me quero lembrar», diz Paulo. «Não tens por aí uma marreta para me dares com ela na cabeça? Deixava-te dar à-vontade… e andava eu todos as noites à procura de ter um cu sem pêlos… e agora que o tenho… procuro outros. Não é uma estupidez?» Volta-se e olha para um rabo a passar pela sala. «Mas não queria um cu tão gordo como daquela prostituta. Comia-me meia gaita…»

Os dois rimo-nos com a expressão que ele deu à conversa… mas eu estou mais interessado naquela narrativa para o meu pasquim. Debruço-me por baixo do tampo do balcão e anoto os apontamentos precisos e ele retoma a conversa quando sente o riso a ir-se… e conta-me o que a Pernambucana lhe costuma dizer na cama… Fura-o! Fura com a tua chouriça o meu buraco careca e amanteigado, e come-me… é todo teu, podes gabar-te que foste o primeiro a ir aí tirar-me os três… Enfia a boca no copo e absorve um pouco de água fresca.

A Pernambucana pode dizer o que muito bem lhe apetecer… Mas Paulo não tem de comer o grupo… ela é pouco mais do que uma rapariga, seja lá da forma que a vejamos, e da parte de trás, só com o manear da sua bunda, parece mais virgem que uma donzela. Ainda um dia lhe vou dar uma completa, diz Paulo, de modo que nunca mais se esqueça de mim.

«Sei como é», diz-me ele. «Gordos, magros, peludos, pequenos… se alguma vez encontrares algum que não saibas como deves tratar, trá-lo que eu ensino-te como deves fazer.»

Depois… pára-se a conversa, ele dá um salto ao quarto de banho e volta. Anda como se fosse um galo, com o olhar sempre cravado nelas… Estou pronto a meter-lhe o meu veneno, mal se senta no banco, entro de chofre...

«Esta se chega aos ouvidos da Pernambucana e da Baby-Sitter elas ficam tão revoltadas que lá se vai a borla quando as quiseres roer», digo-lhe eu. «Se queres que ela te dê uma goelinha tens de prometer que não as trocas assim.»

Ainda está de peito feito, e dá toques no copo para ouvir o seu tilintar. Está sentado de frente a observar, de modo que vê as saídas e as entradas daqueles que se raspam para dar uma rápida... Vigilância a quanto obrigas…

Paulo quer saber se entre mim a Pernambucana e a Baby-Sitter houve algum caso. Fodia-as, não fodi? Não lhe respondo. Mantenho-me em reserva… Paulo não precisa de qualquer informação para arranjar um caso. Muito bem, diz ele… mas eu escuso de pensar que é segredo. A Pernambucana e Baby-Sitter têm os ouvidos bem apurados; em breve saberão tudo.

«Elas sabem que andaste por aí a foder com a amiga dela sem protector de mangueira?», pergunto.

Paulo fica admirado por eu saber de tudo. Como é que sabes? Foi a amiga? Paulo aperta o copo na mão como se mo fosse partir…

«A amiga contou a elas?», interroga. «Elas sabem o que nós fizemos?»

Não me intrometo nisso e Paulo fica pensativo. Como é que pode saber como deve actuar se não sabe estas coisas?

«Ela deu-me uma dica, como se eu fosse um gigolô, nem mais nem menos», diz Paulo. «Mas ainda queria que eu fizesse de motorista porque não tinha homem para a acompanhar.»

A seguir segue os passos de uma garina que acaba de chegar. Está a mordê-la de ginjeira, assim que eu possa, vai desejar que lha apresente. Se ela não fosse uma dessas raparigas dos bordéis, podia-lhe muito bem contar um filme bonito e ela não lhe exigiria dinheiro, suspira ele. Vou ter que ter algum trabalho para explicar à garina o desejo dele em querer comê-la por amor! Suponho que o que devia fazer era tirar essa ideia e pagar à garina… mas o dinheiro tem muito significado para ele, e ele ficou com os calores um pouco alterados. Para o diabo com tudo isto. Digo a Paulo para meter o dinheiro na mão e tocar uma segóvia. Com certeza, diz ele, desde que eu fique aliviado e me venha, tudo bem.

Mas eu ainda pretendo saber se a Baby-Sitter não se enciúma pelo que se passa entre Paulo e a amiga Pernambucana. Paulo leva algum tempo a responder ao tema, o qual se resume a que ele ainda não se quis fazer ao piso. Está a reservá-la, sorri, a reservá-la para descobrir exactamente quais são as intenções de Baby-Sitter em relação a sua pessoa. Se ela gosta de o ver foder, deve ter forçosamente algum desejo por Paulo, acho eu? Quem sabe… talvez se estejam evitando, a fugir um do outro…

Este Paulo! Estou mesmo a ver que não pára de andar para aí a armar confusão. Tenho admiração pelas brasucas… se estas putazitas corrompidas se lhes crescem a barriga, não sei o que lhes vai acontecer. Levarão com elas para o Brasil algo mais do que a colecção de cabritos do Porto…

Paulo está por debaixo do olho a galar a garina. Por vontade dele, fazia-a lá na pensão enquanto o diabo esfrega um olho, mas abstém-se a olhar para o espelho. Fica ali a matutar prós botões com o cu a balancear e as pernas curtas afastadas. Tem os pés apoiados no aro de alumínio em volta do banco, e a careca branca como a casca de um queijo. De vez em quando espalmei-a a careca com a palma da mão. Não diz nada… mantém-se assim… e deixa-se ouvir as minhas fofoquices e diverte-se a rir…

«A Baby-Sitter vai ficar louca quando eu lhe baixar as calcinhas», diz ele…

«Mas, toma cuidado, como é que tu a podes enlouquecer?»

Paulo não responde… talvez ele próprio não queira responder. Dá um esticão para se aproximar mais da borda do balcão, afim dele poder chegar mais perto da água, e coça os seus tomates, agitando-a de cima para baixo…

«Vou vê-la logo à tarde… Sou capaz de a apanhar sem a amiga e levo-lhe a cadela ao jardim… deixo-a a fazer lá umas caganitas e volto para o seu apartamento e obrigo-a a chupar-me. Sim, é o que vou fazer… Obrigo-a a chupar-me o paulãozinho e como-lhe aquela peida e no fim digo-lhe para não contar nada à amiga senão, não lhe vou buscar a cadela. Oh, meu grande Paulãozinho… cresce, cresce muito… e faz duplicar uma quantidade de esperma dentro de mim, porque eu vou fazer uma boa brasuca comê-la toda, daqui a uma hora, mais coisa menos coisa…»