Sunday, December 27, 2009





CONTOS DE RATAZANA
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ASES DA CAMA

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Graça, açoreana de raiz, vem visitar-me pela terceira vez porque se vai embora… deixando o Porto talvez para sempre. Com o seu fardo, justamente com ele. Ela e o fardo chegaram a um certo consenso…

Não consigo entender se ela vai abandonar a prostituição ou não, mas não me parece que vá. Sendo uma mulher essencialmente luxuosa e exótica, cheguei à conclusão de que ter Graça no meu naipe de colaboradoras é uma mais-valia que só me favorece por ter mulheres como Graça.

Vai partir para a sua residência em Lisboa e daí possivelmente para Espanha. Graça abre-se com isto sentada na minha mesa do Bar do Traidor enquanto acabo de arrumar a cozinha, pois apareceu depois do jantar.

O que é que eu acho disto, quer ela saber. Tento achar no que é que acho daquilo, mas é uma tarefa deveras complicada.

Depois de um intervalo, Graça, de forma demasiado profissional, pede o aparecimento de um cabrito… gostava de levar umas coroas mais com ela. Tento apanhar o primeiro, os cabritos nunca estão na hora certa. Estes gajos! Se me aparecesse no dia anterior e dissesse que queria gozar com uma data de pichotas, eu dava-lhe manadas delas.

Quando saio para ir guardar os aperitivos do balcão, Graça pede-me um curto. Esta noite o café sai com um creme maravilhoso … é outra das vantagens em estar com uma quarentona tão boa como Graça. Mas eu não tenho más intenções. Graça é boa, eu queria-a, mas agora ela vai-se embora... quem conseguia apanhar nestas alturas?

Além de uma boa simpatia pela pessoa, não estou, não tenho más intenções. Já lá vai o tempo em que uma mulher tão atraente como Graça me fazia furor por dentro…ou por fora.

Na sala entra Magalhães. Apresento-os, e o seu aspecto é de grande entusiasmo. Vou levar-lhe um cocktail de frutas, hoje é dia de trepar. Ao fim entrego-lhe a conta, levando uma boa gratificação na bandeja. À porta, despeço-me de Graça, pensando que provavelmente não a tornarei a ver mais.



Duas horas depois da abertura do Bar do Traidor toca a campainha e Big Bela encontra-se à minha espera no hall. Livrou-se do seu pitosgas e agora quer trepar mais.

Fala sobre a sua vida actual. Agora que está na pré-reforma acha que eu também me devia inscrever. A ideia à primeira vista nem parece ser má de todo se fosse bem sucedido em aposentar-me, mas que se tem de mexer bem os cordelinhos lá isso tem para receber os dividendos respectivos.

Big Bela ainda está a tentar explicar-me a meter os papéis quando chega à minha oficina o cliente das tardes morrinhas. Uma vez dentro da sala, vem ter comigo para saber quem é o peixe que tenho ali dentro com a perna alçada atrás de nos, e isso tem assunto que chegue.

Ainda mal acabei de o servir e já ela se atirou para ele, enrolando-o no seu patuá e procurando com as mãos animá-lo a uma rapidinha. Seguidamente, só dois dedos de sedução, começa a prepará-lo.

Não traz apetite… É a primeira descoberta que faz.

Digam lá o que fariam por desejos secretos; eu gosto mais das coisas ao natural, pôr as mãos em tudo o que mexer, onde mexer e quando tiver vontade, sem silicone nem falsos nem postiços.

Enquanto o vai aquecendo, pondo-lhe as mãos entre pernas até surgir a sua reacção a conta-gotas e naturalmente a desinteressantíssima maquinaria da frente.

Então, e apesar de todo este monumental calor, o tipo continua impávido e sereno.

Mantém-se fogosa e mexida, com o vestido transparente, mostrando de que é que as cabriteiras são feitas. «Pegadiças e cor-de-rosa, e um cheirinho acre-doce», dizia-se quando eu era aprendiz do ramo…

As mãos são a única coisa que nela mexe. Olha para a entrada, para ele e depois para o lugar da ferramenta. Por fim manda-se da mesa e vagueia amorosamente pela sala, exibindo em pose para a frente como uma dessas ovelhas das passerelles de beleza que às vezes se vêem nos documentários televisivos e magazines de moda.

Rabo sobressaído, peito subido, sorriso curtido… que naco, e ela sabe-o. É uma dessas coisas que torna Big Bela grande… o ela saber a mulher especial que é, e no entanto não se cobrar muito a respeito da técnica que tem entre as pernas…

Não admira que o seu pitosgas tenha dado o exclusivo. Qualquer cliente daria, tendo uma mulher daquele calibre ao seu alcance e podendo sempre que queira ir para cima. Para ele é melhor assim… se bem que creia que ele, ou qualquer outro interessasse este compromisso. Eu não me comprometia, de certeza.

Enquanto a admiro no número de aquecimento ao cliente, subitamente tomo conta de quão altamente deve ser ter, em privado, um programa e uma boa amante.

Incrível? É lamentável… coça-me a cabeça pensar nisso, e a ver o tipo para ali sentado com o mastro totalmente em baixo… O cliente toma a atitude de se levantar, pagar a despesa, e dar o arregaço dali para fora.

Big Bela afasta-se do balcão quando vê um cliente a aproximar-se e a dirigir-se para uma mesa. Não, não, pode-se sentar também, diz-lhe ele. Mas não me toque, se me toca, eu começo a beliscar-lhe as partes cheias… e então é certo e sabido que vamos ter comezaina…

Num ápice, Bela saca-lhe uma bebida… Bela com a sua conversa entrosada de boa maria e ocultando a sua mão acima e abaixo.

Depois Bela dá-lhe a conhecer um pouco do seu programa para ele ficar a saber o que vai contar… e ele conserva-se muito atento a quase tudo o que ela diz, antes de vê-la trocar de pernas e volta-se para a apalpar… mas vê o seu rabo − que nesta altura está mesmo um rabo – estende para ela a mão com que tinha estado a esfregar o perna.

Fica-se por uns momentos a olhar e dá-lhe uma palmada no rabo, de que ela naturalmente não está a contar e que a faz soltar um urro de exclamação. Deixa-a contorcer-se deliciosamente atrás da perna dele… o seu cu tem uma forma muito interessante, com duas meias-luas separadas ao meio, confidencia-lhe, ao mesmo tempo que tenta fazer passar a mão por uma abertura que é demasiada pequena para ela.

Sim, ele demonstrou um interesse pela hipótese de a comer, acrescenta rapidamente, antecipando-lhe à pergunta que ela se preparava para fazer. E dá-lhe, e de que maneira, palmadas no rabo e quando a vê lampeira sair da mesa para ir ao quarto de banho, ri-se a bandeiradas, por assim dizer.

Chamo Big Bela a mim, já que é isso que ela gosta ouvir, que ela é sem a menor sombra de dúvida uma celebridade de Ás da Cama. Ah, como ela gosta de ouvir isso!

Até me fazes corar, diz ela, se pensas que eu tenho amigos viciados nos meus programas habituais… provavelmente os homens convidam-me para gozarem momentos únicos de gozo e prazer…

Puxa o vestido pela perna, mas quando está a meio caminho, com os braços abertos, ela envia um beijo pelo ar e retribuí-lo.

«Adeus, Ratazana», diz. «Obrigado e até à volta!»

É o adeus de Big Bela.



Paula, uma versão lordesca de Minhoca, já tem um invento cor-de-rosa. De há umas semanas para cá que se regozija com este seu novo invento. Não tanto pelo invento, mas sim pelos seus utensílios… para homens e para mulheres.

Mas agora descobriu que o Rouxinol-da-cama, seu cliente efectivo, não lhe liga a ponta dum corno como antigamente lhe ligava, e ela não sabe o porquê. Por isso, Minhoca tem andado desconfiada. Há qualquer coisa no ar que não está bem, insiste, as putas devem-lhe ter dado um xarope ou coisa parecida.

Ou talvez o pateta tenha andado pelos bares das redondezas, a ver putas novas que lhe dêem todos os prazeres e quando ele as fizer avançar, põem-nas na cama com as cassetes de pássaros a exibirem-se e arranja logo a forma de se masturbar.

Quando lhe faço ver a admiração de que não é muito normal um homem necessitar de se masturbar pela passarada, Minhoca desvia-se do tema e convence-me que há ali qualquer coisa que não cheira lá muito bem.

Quer ir para a cama com outras gajas, mas diabos o carreguem se vai fazer esse jogo comigo. Rouxinol-da-cama? Até o nome dele já não me está a dizer quase nada, diz Minhoca. Eu só conheci um cabrito com esse nome nome? Tá-se mesmo a ver que é raridade… passa-me qualquer coisa ao lado…

Mas, com tanta ansiedade, Minhoca quer saber tudo. Gostaria que eu sondasse as colegas, só para tirar umas dúvidas. Talvez nós pudéssemos, um por cada lado, no bar, puxar pela Manela ou Cristina a ver se sai qualquer coisa que valha, ou então o pateta anda a comer alguma gaja que parece não precisar de mais parceiras.

Eu averiguo com a intenção de arranjar uma história para o pasquim acerca de «De onde veio a traição?». Minhoca tem tanta necessidade de agarrar o Rouxinol-da-cama como qualquer mulher da rapidinha. Mas, consegue obter, sabe-se lá de que maneira, um convite para almoçar entre os dois.

O Rouxinol-da-cama, que é, afinal, como a alcunha o apresenta, assemelha-se a um pássaro saltitante, com um suave e melodioso canto trepidante, a que dá as funções mais variadas: espevitar os pintelhos das bucetas, servir de acompanhamento, tirar o sono à febra e tudo o mais que for necessário.

Como Minhoca e eu estamos ali com funções alegadamente compartidas, sou posto em contacto primeiro com a parelha de gajas e só depois com os seus inventos.

Está tudo espalhado na mala preta numa rebaldaria total, e os objectos apresentam-se, na sua maioria, presos ou soltos. Uma grande parte deles tem a configuração de vibradores de estilos, spray para levantar paus sem erecção ou então aparelhos que pretendem fazer, em rodopio, variadas funções. O mais aplicado é um novo tipo de gel aromático, mas desaparece logo à mais pequena lambidela. No fim de tudo isto limita-se a ser uma propaganda de tralha sexual a aliciar o cliente, como já não via há muito tempo, e altamente aliciante.

O Rouxinol-da-cama poucas vezes se vê no bar e, à medida que o escuto ao telefone, lamenta de facto criar um conflito entre as suas maiores amigas… é tão cansativamente aborrecido. A mais alta e a mais baixa são muito especiais. Diz que a alta tem uns oito ou nove fôlegos… a baixa deve andar entre os três e os cinco.

Minhoca informa-me que soube que é a Manela a preferida de Rouxinol-da-cama quem tem mão nele. O motivo por que as duas se desentenderam, é lá com elas, mas não me admira que uma delas vá espremer esta ave cantarolas é uma dessas coisas que não é novidade neste quotidiano…

Provavelmente é porque ele usa os cantares com mais à vontade…

Merda, por aquilo que Minhoca me contou, tinha pensado que eles se engalfinhassem enquanto esperavam que os calores trepassem. Ao invés disso, passam-se a ver passarada em cantos, da região do Norte e das maravilhas da Madeira.

Durante o almoço, vem a farra. Minhoca confessa maliciosamente que há uma coisa que não lhe revelou. Vai buscar a mala preta e tira de lá uma garrafa pequena que está cheia com um líquido azul, levíssimo, um novo tipo de bebida de agradável sabor, que pretende ter, ao mais pequeno contacto, mil e um risos. É uma bebida que ela inventou. Tem o gosto a uva mijona do campo, e combina de mais alguns paladares e sabe-se lá que mais.

O Rouxinol-da-cama, que me diz nunca jamais se atrevera a mais do que um vício, deixa-se embarcar neste e acompanha-a numa primeira pinga que ela oferece nuns pequenos copos, e começa imediatamente a cantar.

A borga anima-se, e o invento de Minhoca começa a dar sinais de ir bem.

Depois do segundo minuto, Rouxinol-da-cama ainda continua a cantar, e a voz está a alterar-se. Minhoca sai do quarto para ir à casa de banho deitar fora a bebida que abafou na boca e volta ao quarto a tempo suficiente de ver o Rouxinol-da-cama a despir-se e a sentar-se na cama ao seu lado e com a mão a beliscar-lhe o cu.

Os sintomas e o contacto começam-lhe a fazer rir. É mais do que uma simples gargalhada… Sente os risos aparecerem quando toca no corpo dela, e entoarem como ecos numa montanha fechada, todos em tonalidades iguais. As luzes do quarto tornam-se excessivamente quentes. Admira-se de não estar a cantar.

Tem a pele muito esbranquiçada. Minhoca está toda entusiasmada com o seu novo invento, e num quarto de hora, ou isso, acabam com a bebida.

A Minhoca deve sentir-se muito feliz, por o ver naquele triste estado sem que ele se desmarque. O Rouxinol-da-cama maneia a cabeça cá e lá nos limites do inconformismo, sem conseguir forma de travar aquilo. Executa um exercício demasiado caricato… o segredo com esta bebida tipo pinar-não-há de Minhoca é que, pelos vistos, paralisa o tesão.

Toda e qualquer intenção de a comer há muito que foi ao ar e assim ele continua separado a rir-se como um maluco em intervalos de segundos, ou mais ou menos.

Gargalha-se sentado na ponta da cama como se estivesse a ver o maior espectáculo do mundo, deixando-a ficar de sorriso pregado aos lábios, às escâncaras. Minhoca continua a gozar a cena.

Um segundo, e tac… volta o mesmo… Ela muda todas as posições na cama, à excepção de um delas que o seduz mais: pernas escachadas; tem uma mão no meio das coxas a fazer cócegas ao grelo.

O Rouxinol-da-cama resmunga abertamente sobre o sexo nu, desprega-se da cama e embala na saída.



Depois da primeira passagem pelo Bar do Traidor há cerca de dois anos a esta parte, Bochechas, nome de guerra, volta à casa que a tornou famosa para recuperar todo o tempo perdido, pois o tempo é dinheiro depois de entrar nos bolsos, e mantém-se desde que esteve fora, um avião, para que todos possam usufruir do seu ardente corpo.

Tem a pele bastante morena. Todo o cliente está entusiasmado com este seu regresso, eu incluído. Numa meia hora, ou pouco mais, as mesas enchem-se.

Bochechas remexe-se no sofá como se tivesse um alfinete no cu, deixando-os ver tudo até cima, às calcinhas amarelas, de nylon. O homenzinho em frente continua de pé de olho aberto até trás.

Duas palavras, e zás… vamos lá? Dito e queda… vamos lá?... Ela desliza pela marmorite da sala, pega na mala de mão no bengaleiro à porta enquanto o homenzinho continua de pé à espera de pagar a conta, depois raspa-se para o quarto da residencial.

O que é que vamos fazer? Quer ele saber. Despe-se e atira com a roupa para o chão, eufórico. No minuto seguinte está a levar com ela por cima dele, no meio da cama. Grita como um índio, dizendo que lhe vai dar mais dinheiro se ela o tratar bem, e ela está a tentar mostrar-lhe toda a sua alta técnica de chupar, dizendo-lhe ainda que o vai sugar até à última gota de leite…

Todavia o homenzinho está ansioso… não se importa um babado de preservativo camuflado na boca ou mesmo meio babado, diz ele, se esse broche for bem feito… aliás até gostava que ele fosse mesmo…

É claro que a Bochechas quer vê-lo pelas costas. Meia dúzia de bombadas e fica apalermada a vê-lo estrebuchar debaixo dela, e espreme-lhe o cacete com aquelas mãos ágeis até ao tutano, e pára de chupar. O homenzinho ainda tenta fazer um esboço de força mas de pouco lhe serve. Não tira os olhos de Bochechas e fica com ambas as mãos atrás da cabeça, a servir de travesseira, e ela ergue-se sobre ele, dando-lhe a sacudidela final...

Já alguma vez o chuparam assim, pergunta ela ao homenzinho enquanto lhe alisa o cabelo. Oh, nada que se pareça… assim nunca. Está a ser sincero, o homenzinho, e mais diz, eu nunca vi nenhuma brochista como tu. Quase lhe custou responder assim…

Bochechas desliza, de modo a vazar dali, mas quando ela se arranja, vê ele a descer da cama e a pôr-se à sua frente. Ele… pede-a de novo.

O homenzinho sugere nova relação. Não que ele não tenha gostado, diz ele cheio de papo, mas sempre foi a favor de duas semi-seguidas. Está tão desejoso de a papar noutra posição, e como ela não se quer opor, é trigo limpo e farinha amparo. O único problema da relação é que o homenzinho vai ter de pagar a dobrar…

Quer ficar a vê-la por cima a levar com ele, mete-lhe as mãos por debaixo das tetas baloiçantes… assim até parece que se vem mais depressa. O pau ainda não teve tempo de se endireitar, e a Bochechas tem-no de o aquecer.

O homenzinho mantém-se a bombar, e a única coisa que sabe dizer é que está quase, está quase… e ela começa a beijá-lo, aparentemente para mostrar a ele que não está ali prás fitas. O pau ainda está mole quando ela lhe enfia um dedo pelo cu…

O homenzinho quase lhe dá uma dentada quando vê o que ela está a fazer. É talvez provável que já tenha ouvido falar desta forma de aquecer a coisa. Mas não pára de bombar… nem por um segundo… E monta-a numa cavalgada louca.

Fá-la manear-se, aquelas mãos nas nádegas, e quando ele emite urros como um índio, ela salta como um coelho a que tivessem ateado as pernas. Agita os braços e, subitamente, dá um grandessíssimo VEM-TE, e abana-o com força de leoa.

Pum!!! O homenzinho grita que se está a vir, que tem o leite encaroçado que os seus tomates se estão a esvaziar de dentro para fora… Tem a leve sensação de que a Bochechas deu um empurrão qualquer coisa que valeu a pena…

«Tu vieste-te meu cachorrinho?» É o que a rapariga lhe faz saber e repete a pergunta em simultâneo. Ele fixa os olhos, subitamente, nela… a rapariga leva as mãos à boca, sorrindo. Mas ele conserva-a lá dentro… ata-lhe as mãos atrás das costas e deixa-a sorrir aberta como lhe apetecer.

Quando se relaxa, já está de novo em marcha.

Apresenta-lhe os parabéns pelo desempenho, vestem-se e seguem à saída.

É claro que vai um para cada lado.


FIM

Saturday, December 12, 2009


CONTOS DE RATAZANA
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AS BRASUCAS
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Aquela aquém Ratazana chamou de Rosto de Perua já não está no elenco das colaboradoras dele. Segundo disse ao taxista, a colega, o bar não daria necessariamente o que ela desejava… por isso zarpou do ambiente e, rumou-se para outras zonas.

Amendoim Expresso diz que a avistou no centro comercial Ferrara Plaza de Paços de Ferreira, há uns dias atrás. Quando ela o viu, disse ele, deitou uma passada de gigante, rapidamente, na direcção contrária, entrou numa lojita qualquer e esfumou-se.

Entretanto ele descobre casas de massagistas de sexo atrás de umas árvores ao fundo na rua. Tem a percepção de que Rosto de Perua se pôs a léguas de casa… Sempre que sabe de uma casa de massagistas fica à espera de vê-la pela frente.

Isto aconteceu tão inesperadamente que ele dobrou as pesquisas às capelas a ver se consegue topar Rosto de Perua, a única gaja que o consegue ajudar a ocupar o tempo e os pensamentos.

Porra, estas gajas! Se não nos podem dar de sopa, querem sacar-nos, ou se não nos querem sacar a nós, querem-se sacar a elas, diz Amendoim Expresso. É em Portugal, e especialmente na cidade do Porto, que tomamos conhecimento de quão perigosas são as mulheres; não foi por acaso que o boémio português se tornou sinónimo de barafunda e espalhafato sobre quem fode quem e respectivos motivos.

Há qualquer coisa na esfera da noite que põe um homem em sobreaviso constante em relação às manhas e intrigas das mulheres. A Minha Nossa, da vida da noite, amiga de Rosto de Perua, por exemplo. Agora anda a tentar esfolar um joalheiro rico. A vida nos bares e boates tornou-se praticamente impossível, diz ela. A verdade, muito honestamente, é que o joalheiro deve estar a entrar pela medida grande… se ela conseguir amealhar umas centenas de milhares de euros com ele, vai acabar por levar uma vida maravilhosa.

De qualquer modo, Minha Nossa encontrou o seu filão de oiro e está a preparar-se para o amarfanhar. Diz à amiga, que talvez dê um filho a ele. Ele é dono de duas lojas de ourives na província, tem mulher, mas não tem filhos.

Mas, antes de lhe dar um filho, quer que ele lhe dê uma casa… mas sem ser de segunda-mão. É um cromo cheio de grana, conta-lhe Minha Nossa… ainda só a levou para a cama uma vez e babou-a toda… está descontraída.

Rosto de Perua atravessa uma fase de rentabilidade negra.

Um telefonema dela, regressou à Mansão… não à Mansão Real… casinhas a monte abrasadoras… Um padreco-traidor visita-a três vezes por semana para a comer e pede-lhe uma cena a três e ela chamou a conterrânea para a cena, no seu apartamento. O seu telefonema é elucidativo… um telefonema elucidativo daquela brasuca! Diz à conterrânea que é só teatro… mas sem parecerem putas. Não parece que ela vá ter dificuldade. Rosto de Perua resolveu o problema… pelo menos por algum tempo…

As brasucas estão muito tensas. E o padreco-traidor olha-as, claro. Bolas, também não tem muito para onde olhar… Minha Nossa não sabe o que há-de fazer à roupa. Está hesitante. Ela realmente não faz aquelas coisas, explica ela… foi um mero acaso. Mas, bem, se o padreco-traidor garantir que não conta nada a ninguém…

Ele diz para elas começarem a cena e acabam por se deitar as duas brasucas ao mesmo tempo, tocando-se nas partes íntimas, mas sem meter a língua lá dentro.

«Estão a gostar?», diz-lhes.

Rosto de Perua tem de estar a gostar de alguma coisa… Fecha as pernas e aperta entre elas a mão de Minha Nossa, a seguir esfrega-se quanto pode.

«Então é isto que é um duplex, meninas», observa o padreco-traidor. «Costumava imaginar… mais acção…» Espreita por baixo de Rosto de Perua e introduz o dedo na vagina. «Meu Deus, já te vieste… Ainda bem que não te vou comer! Os teus pêlos já parecem relva molhada…»

«Isso é do suor», responde ela e pede-lhe que ele monte a Minha Nossa e a coma. Conta com isso, diz-lhes… se ela se portar bem comigo, mas primeiro vou arrebitar-lhe o grelo… para saber se está a pensar em mim e para gemer quando eu achar que ela deve gemer.

Minha Nossa entesa-se como um bacalhau em cima do lençol e o padreco-traidor deita a cabeça nas coxas dela e afaga-lhe o ventre. Nunca teve tanto prazer como apalpar aqui, diz-lhe… tem um tom tão aveludado, aqui mesmo à flor da pele.

Fá-la naquela posição, enquanto andam gemidos no ar… e o filete lentamente afoga-se na lambidela. Quando termina, o padreco-traidor estremece com repelões… Limpa a boca com as costas da mão. Esteve a comer da tigela de pêlos de Minha Nossa o estupor!

Rosto de Perua estava mesmo a começar a sacudir a água do pêlo quando eles acabaram. Minha Nossa diz para esperar por ela e salta da cama. Molha-se e olha intensamente para Rosto de Perua, que não pára de se rir… e depois atira-lhe com a espuma… têm um aspecto tão tolo, estas duas brasucas, a molharem-se uma à outra, cheias de gozo.

Acabaram por sair os três no carro de Minha Nossa com destino ao aparcamento da residencial. Depois o padreco-traidor entra para o carro e perde-se no caminho. Rosto de Perua também sai mais à frente. Levanta-se, deita uma olhadela à conterrânea e volta-se com a chave na mão para abrir a porta de casa.

Os recados de Amendoim Expresso não deixam de ser realmente o melhor remédio para apanhar os desaparecidos… Rosto de Perua deve ter desencantado um ermo extremamente perto para onde receber os clientes… se houver um homem num raio de cinco quilómetros, certamente pode-se ter a certeza de que ele a encontrará e mais quem vier. Rosto de Perua queixa-se de que está a trabalhar mal e com pouca clientela.

Está agora a começar a trabalhar num clube chique. Um local de clientes de muito graveto na carteira. Quer experimentar outro estilo de engate.

Quando Amendoim Expresso e Rosto de Perua se encontram, abraçam-se, enroscam-se um no outro como um puzzle chinês, os braços envolvendo as cinturas um do outro, cada um lança palavras de abrir a braguilha… Amendoim Expresso está do lado de fora e ela passa para dentro… pode falar à vontade e saber o que Rosto de Perua tem para lhe dizer e ela abre-se que está com muitas saudades dele...

De repente, os dois comportam-se como se estivessem a ver uma fita de Marias. Ele tem estado a apalpar a rata para a pôr quente… mas Rosto de Perua agarra-lhe a mão e diz-lhe que não é aquele o local mais apropriado! Bom, se ela quer ter espectáculo mais ardente, vai tê-lo… Começa a levantar-se e ela segue-o e ambos atravessam a rua ao mesmo tempo e entram na residencial ao lado.

Estar entesado e no meio da cama torna o caminho muito mais fácil do que habitualmente é… Amendoim Expresso salta-lhe para cima, mordendo-lhe as orelhas como um tigre. Beliscam-se um ao outro até que a apanha por baixo, apoiado sobre a barriga, à canzana…

«Não é aí, reclama ela… Mas Amendoim Expresso respira excitação por todos os poros e torce-se todo conseguindo enfiar o vergalho até ao pescoço… Merda, se ele não entra agora, nunca mais ele entra, diz ele… o seu vergalho penetra como se fosse filho da casa… e quanto está lá todo dentro, ela dorme…

Cheira-lhe a queijo de ovelha e a seguir sente uns cabelos loiros a coçar-lhe no nariz… Não se importa com a comichão, mas continua do mesmo modo… as suas narinas começam a habituar-se ao cheiro…

O corpo de Rosto de Perua está a arder, nota ele… É como estar abraçado a um fogareiro de castanhas… Estou a gozar como um macaco de feira, mas ela está inerte agarrada aos meus braços… adormeceu ao vir-se… Paro c´os movimentos de vaivém até que Rosto de Perua volte a si… não, mais não.

Põe Rosto de Perua coberta com o lençol, ao mesmo tempo que se enfia debaixo do chuveiro olhando para Rosto de Perua, deitada na cama em repouso, com as pernas abertas… fecha-as enquanto ele a observa…

E mais ainda:
… tem um aspecto estonteante… e dobra as pernas como o coelho, abanando a cabeça como se quisesse clarificar as ideias…

Amendoim Expresso e ela saem para fora e já são dez da noite e ele leva-a à porta da entrada de casa… com um beijo despedem-se… Normalmente mandava-o subir, mas como Amendoim Expresso estava aviado e, ao mesmo tempo consolado, deu o frosque.

Mas ela… que diabo vai ela fazer para casa? Engana-se quem assim pensa. Vai sair outra vez. Além de que será a coisa mais natural desta vida, para alguém que ande realmente à procura de engatar um novo parceiro…

Para acabar a noite, Rosto de Perua vai-se encontrar com Minha Nossa numa boite perto de casa delas e Minha Nossa arranjou já um caldinho, rápido e não muito cansativo, com um inventor que sacou de lá que diz que paga duplo para cobrir as duas.

Minha Nossa passa toda a santa hora a citar «o que ainda hoje se deve fazer: uma rapidinha».

Dão corda às pernas e saem para fora. Vou dar cabo de vós, diz o inventor. O inventor já está tão bêbedo que nem uma folha de eucalipto conseguiria dar cabo…



FIM







Sunday, December 6, 2009




CONTOS DE RATAZANA
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ACTRIZ DE PORNO…



Aveirense aparece, trazendo debaixo do braço um anúncio de jornal com imagem que garante ser uma bela oportunidade de se inscrever para fazer um filme porno… uma oportunidade que ela diz ganhar uma pipa de massa.

Aveirense está constantemente a arranjar programas de qualquer jeito e feitio para açambarcar uma pipa de massa… e todos eles se parecem com este anúncio que ela agora apresenta à colega.

A imagem parece-se com um zoo, nem mais nem menos, mas ela guarda-o rigorosamente na carteira, enquanto conversa sobre o empresário que lhe telefonou há uns dias atrás.

«Estávamos a fazer um take num estúdio, pá, e eu fui apanhada à má fé… se não te contasse tu nem acreditavas. Comecei a descascar-me detrás de um biombo, mesmo ali com o panca do empresário a pedir-me que derramasse um garrafão de cinco litros de leite pelo meu corpo todo! Porra, tu nem sabes como é que eu fiquei… passado pouquíssimo tempo ele tinha-me feito entrar um jeco (cão) todo latagão que se pôs a lamber-me por tudo quanto cheirava a leite...

E estávamos assim quando aquele estupor do empresário se havia de massacrar-me ao deixar entrar o bode!»

«Claro, para te comer? O que é que ele fez?», pergunta a colega.

«Aí é que foram elas, pá… nem te passa! E o jeco… nem se assustou com a presença do bode. Parou rapidamente de lamber-me, enquanto o bode o encabava por trás! Juro-te, pá, estou a dizer-te a verdade. Eu não queria estar para ali deitada a vê-los engatilhados e ao mesmo tempo ver o jeco a levar nele… fez-me impressão. Depois, quando o take terminou ele perguntou-me se eu ia ficar para o resto do take. Digo-te, pá, que aquele estupor é completamente varrido dos cornos.»

«Bom, e tu quanto ganhaste?»

«Ganhei uns cobres, não muitos! Que raio de porno era aquele? Minha Santa, se vais ser fodida por um actor porno, com certeza que queres que o gajo te foda bem e te console como se tivesses fodido com um regimento… dessa forma quem fez figura de parva fui eu, tás a ver a cena, pá… Talvez o estupor só me esteja a querer experimentar…»

Enquanto Aveirense desfia a história, chega o cliente. Uma rapidinha de linguado… acerta tudo com o cliente, um rústico. Visto que não regateou o preço, ela desperta-o para uma rapidinha de sonho. Vai com ele à porta do bar ver o carro que ele tem.

O rústico vem mais tarde buscá-la. Tem estado à sua espera. Um telefonema enviado dele informa-a que está a caminho e vai levá-la a um local não especificado.

São quase cinco e meia da madrugada quando Aveirense finalmente mete a chave à porta do seu pequeno apartamento.

Na banheira ouve na rádio local uma pequena notícia que quase a põe tesa na água. Marlene da Tatuagem no Cu, etc., etc., uma artista de programas de cama, transformou-se gaja-gajo!

A primeira vez que Aveirense a conheceu nos takes viu olhá-la de uma forma bizarra e na noite passada, depois de ter acabado a sua actuação (O jeco e o bode, sem dúvida), correra para o hospital e submetera-se a uma operação.
Como é que uma mulher-puta TROCA DE SEXO, Santo Meu? Interroga-se. Dias mais tarde, lá estava ele, nos botecos a espetar nas gajas…

É de rir e chorar por mais… não que Aveirense não acredite na estupidez e maluquice de Marlene, mas que foi apanhada de surpresa, isso é um facto. Vida Minha, diz ela, eu não deixaria que agora a gaja-gajo me espetasse, nem por todo o dinheiro do mundo…

Ela ainda não saíra da cama… cada hora que passa era um descanso divino.

Aveirense, acorda super mal-humorada do que quando se deitou, está com as rotações aceleradas, tão nervosa como uma barata tonta que atira com a chávena de café à parede e fez um montinho de partículas no chão.

Telefona à colega e pergunta-lhe, ao ouvir a sua voz, se ela quer ir tomar um café. Ela aceita e entram num estabelecimento da zona.

Aveirense nem sabe o que é que há-de dizer, mas não se abre sobre os acontecimentos da noite passada. Ri-se quando a colega lhe pergunta pelos seus cromos… faz-lhe lembrar um desses cabritos chatos e vagarosos que às vezes a procuram… aqueles que sacam das notas e fodem com elas. Aveirense, os seus risos continuam, está tão à-vontade como qualquer outra gaja, a divertir-se um pouco à custa do seu métier.

Tem-se metido em programas de mulheres que convive, conta ela, gozando os seus prazeres em simultâneo. Tira os olhos da chávena para olhar de relance para a colega.

Enquanto a conversa prossegue, a colega tenta extrair de Aveirense alguns comentários que a façam divertir, mas ela muda-lhe a antena. Tudo o que ela lhe diz é que saberá em pouco tempo…

De súbito o toque duma mensagem dá entrada. Aveirense agarra no telemóvel. Devido à luz do sol não consegue topar a leitura mas dá à colega para lhe ler o conteúdo.

«Este gajo», explica a colega enquanto Aveirense a escuta com toda a atenção, «foi em tempos um teu cliente e quer duas miúdas para uma borga com três gajos. Até paga bem. Cento e cinquenta euros a cada uma de nós…» Aveirense retira da saca uns trocos para pagar a conta e chama um táxi.

O táxi vira por um caminho transversal para uma espécie de ruela e aí desemboca num estreito. O taxista pára, encostado a um muro bastante alto. Quando elas saem não descortinam o mais leve sinal de pessoas à vista. Caminhando atrás de Aveirense, com as mãos dentro das calças de ganga, a colega depara com um velho portão de madeira embutido no muro. Seguem por um caminho em mau estado de conservação, que as leva a um edifício de pedra de dois andares e, quando entram, reparam que se encontram dentro de uma velha fábrica de enchidos. Até dá a impressão de ter sido usada há pouco tempo.

«Olá! Somos o grupo dos machurdas!», fala um dos tipos quando elas entram numa sala mal iluminada, onde se encontram sentados mais dois tipos falando em voz grossa.

Tanto quanto lhe é dado a perceber, Aveirense não conhece nenhum daqueles rostos, com a excepção de um deles ser-lhe talvez um pouco familiar mas não se lembra. Não há problemas, é claro.

Aveirense deixa a colega a entretê-los e depois afasta-se para ir ao quarto de banho. Fecha a porta por dentro e abaixa as cuecas e enfia um dedo pela vagina… ainda tem o período. Quer que o gajo a foda, para sacar aquela nota, diz e da mala de mão puxa por um bocado de algodão e empurra-o pela vagina dentro…

A um canto a colega está agarrada pelos dois tipos que a gozam, enquanto o terceiro faz sinais para Aveirense se aproximar. Ela chega-se a ele e, faz pé atrás, mas é obvio que um dos motivos porque ele a chamou é para montá-la… portanto deve ser já…

A colega interroga os dois tipos sobre quem primeiro a vai comer. O gajo que está atrás dela fuzila-a com os olhos e pôs-lhe os braços ao pescoço. Há por todo o lado um cheiro que abunda ao choco.

«Queremos foder os dois», berra-lhe, «queremos que tu nos fodas aos dois…», responde-lhe, aspirando o ar como se gostasse daquele fedor.

Enquanto isso, dentro dum quarto minúsculo, o tipo prega c´um empurrão na Aveirense que cai na cama com alguma violência e fica a mandar vir com ele durante largos segundos. A seguir, o tipo começa a despir-se em silêncio… em silêncio também Aveirense começa a arrancar o vestido do corpo… de repente, o tipo corre para o centro da cama e lança-se sobre ela, nu.

Gemendo aos solavancos, Aveirense fica para ali deitada de pernas esticadas com o corpo flexível, pressionando e dobrando os dedos sobre os lençóis da cama, enquanto o tipo coloca as mãos sobre o seu rabo e lhe percorre todo o corpo com elas.

Mantendo um ritmo infernal, sempre a bombar, baloiçando-se num ritmo trote até que algo se prende à cabeça da gaita funcionando como um tampão, e quando tira a ferramenta para fora, cai-lhe os tomates ao chão… e vê na cama um enchumaço de algodão envolto em sangue…

Antes que ela lhe explique, o tipo atirou-lhe com o enchumaço à cara e gritou qualquer coisa como ininteligível. Enquanto limpa a cabeça da gaita, começa a vestir-se e sai.

Termina a borga, e os restantes comparsas fazem constar os seus comentários.

É o momento para que eles acertem as contas. Começam a abrir as carteiras, e fazem contas à moda do Porto… um estilo usual que é corrente neles, mas um berro alto, faz-se ouvir…

O cliente de Aveirense chama a si os colegas da borga e ambos discutem sobre o não pagamento e começam a insurgir-se também contra ela. Finalmente um deles paga à colega… depois o outro cospe num copo de vinho espumoso! E enquanto o terceiro sacode a gaita e atira com o enchumaço do algodão para o meio do chão.

«Estive a foder com o algodão», diz-lhes. «A puta que me calhou é uma artistona. Comeu-me mas não vai comer o meu dinheiro.»

A seguir são conduzidas até à entrada e, como se fossem um lixo, lançadas para fora. Aveirense em primeiro lugar.

As raparigas caminham pela ruela como se estivessem drogadas e tropeçam nas pedras baixas e altas. Já não têm disposição para falar, mas conservam ainda um pouco de humor. Puxando pelo telemóvel Aveirense chama um táxi. Atingem o muro, e lá se conseguem orientar até encontrar o caminho para aguardar pelo táxi que as leve de regresso.

Ainda não tinham acabado bem de sair quando qualquer coisa se meteu no sapato de Aveirense que se desequilibrou.

Segue cambaleando enquanto a colega a puxa através do estreito em direcção ao muro. A sua mão solta-se da colega quando ela cai, e apoia-se nos joelhos sobre a terra húmida, com ambas as mãos abertas rogando:

«Oh, pá! Fodam-se estes cabritos!»


FIM