A
história do Grupo dos Traidores começa em 1983 quando Fernando Abraão,
hoteleiro, da cidade do Porto, deu este nome a um numeroso grupo de clientes
que frequentavam o seu bar não muito longe da Rua de Antero de Quental, no Porto,
para onde tinha decidido ir estabelecer-se depois de se tornar empresário em
nome individual. Mas se por Traidores entendermos o negócio de meninas da
rapidinha, é então discutível que a história dos Traidores — e da pinadela
— três anos antes, no dia 3 Outubro de 1980, quando o padeiro Carlos engatou
uma prostituta menor de um bairro. Na tarde daquele dia, Carlos estava a
trabalhar na sua distribuição de pães, na baixa portuense, quando foi
intercetado por um «mãos-leves» que desejava discutir a dívida de três contos
que Carlos tinha para com uma prostituta chamada Malha Susana. Como forma de
obrigar Carlos a pagar a dívida, o «mãos-leves» insinuou que a prostituta
Suzana sabia da morada da padaria do Carlos e que o denunciaria à mulher, a
menos que recebesse o seu dinheiro. Carlos apressou-se a ir falar com a
prostituta Suzana. Tinha motivos para estar receoso, porque a sua mulher estava
a quilómetros da vida boémia que levava. O que a prostituta Suzana lhe falou
enfureceu-o. O tal «mãos-leves» tinha deixado a prostituta Suzana no quarto de
uma pensão, para umas brincadeiras de sexo, (não podia ultrapassar os quinze
minutos) e a partir da primeira cena de apalpões efetuosos entre ambos, podia
deduzir-se que se retardaram até não poderem mais. O padeiro Carlos estava no
Dallas, longe da padaria, mas o magricela e tísico «mãos-leves», um sacador de
fraco estripe, não estava muito longe dali, estava na casa do esfola de 5 de
Outubro. Carlos meteu-se na carrinha e foi até lá,
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