Friday, May 11, 2007

CONTOS DE RATAZANA

                  O VIAGRA
                          ~~~






«Mas que naco de chichinha! Meu Deus! Aquilo é só febrinha…» ─ disse-me o Baixinho naquela noite.
Ele não consegue parar e quer estar com ela de novo. Eu observo-o atrás do balcão. Estamos apenas três pessoas na sala. Eu, ele e Menino Bom. Os ponteiros do relógio aproximam-se das dez e meia da noite. Ele não consegue deixar de palrar. «Podeis duvidar, mas hoje vou explorar aquele corpo no máximo das minhas capacidades, vou gozar a Ucraniana até à quinta pata do camelo!»─


Ninguém podia destruir a sua ideia. Nem o próprio Menino Bom dissuadiu quando disse: «Deixe que lhe diga mas, para uma mulher daquele calibre, um homem só lá vai se enfiar no bucho dois ou três Viagras!»
Ele ficou indeciso a olhar. E daí, eu aproveitei a meter a minha dose de veneno. (Tirei uma caixa de Viagra, escondido no balcão.) «Também não tem problemas, se quiser experimentar um comprimido destes, já pode dançar as valsas que quiser.» Mais grave do que o seu pensamento é o calor que sente por ela. «Deixe cá ver o raio do comprimido e um copo de água.» ─ A água levaria o comprimido a dissolver o seu estômago rapidamente, dando-lhe uma energia capaz de derrotar um leão da Escandinávia! E começa a partir daí, a sua odisseia. A caminhada não era longa e, quer por sim quer por não, resolvi marcar o tempo; passavam poucos minutos das onze da noite e voltei-me para Menino Bom. «Vale uma aposta que nem quinze minutos lhe dou para ele ir abaixo do cavalo?» ─ Ele encolhe os ombros e responde: «Não digo nada, até pode ser, que o comprimido o fortaleça ainda mais.» ─ Ficamos numa expectativa inquietante. Enquanto isso, recordo a Menino Bom como ele gostava voltar das cavalgadas nocturnas cheio de histórias pomposas e aliciantes, naquele oásis ali tão perto da porta. Um lírico, um fantasista mas, acima de tudo, um romântico por natureza este apóstolo do judeu Ratazana. Histórias que lhe fazia brilharem os olhos e depois o deixavam alheado de tudo. Recordo os momentos de excitação que o possuíam como um demónio: a paixão que argumentava quando queria contar as suas fitas à Vasco Santana durante toda a noite se o deixasse, para demonstrar que os bons velhos tempos tinham sido os melhores. Quando Baixinho volta, olha para nós tomado de uma fadiga auto destruidora. É que nem tinha passado os vinte minutos!
«Ponha-me aí de beber antes que me dê o fanico.» ─


Ele não consegue evitar um certo nervosismo quando pega o copo pela mão.

«Então, Baixinho, fez ou não fez efeito?» ─ diz Menino Bom enquanto ele passa o guardanapo pelo rosto suado.
«Se fez? Fez tanto que até larguei o pombo na primeira estocada.» ─ E eu intercedi junto deles: «Mas assim não deu para explorar a mulher?» ─ E Baixinho pôs-se a olhar para mim de lado: «Espera aí, se não me punha a pau que era explorado era eu!» ─ Ele volta a beber um pingo do copo e põe os seus olhos em cima de mim.
«Você e as suas histórias só dão merda! Se não viesse com a porra do medicamento, talvez aguentasse mais um bocado.» ─
«E quem lhe disse que tomou esse medicamento?» ─ Exclamou Menino Bom para ele que fica apalermado a olhar para nós. E concluiu o resto da conversa.
«Sabe que tomou dois grãos de café e água… ─ foi o termo que ele usou ─ mas pelos vistos o medicamento não aprovou.» ─
«É verdade o que estou a ouvir?» ─ grita Baixinho olhando na minha direcção. ─ Foi mais uma das suas brincadeiras?» ─
«Por acaso, não estava a pensar que eu lhe fosse dar um medicamento sem receita médica? Vamos lá que lhe dava o badagaio e, depois, que é que pagava as favas?» ─ Baixinho repreende-me com brandura: «Quantas vezes será preciso dizer-lhe que é um tinhoso e que já estou farto de o aturar? Se não fosse uma pessoa bem-educada mandava-o pró carvalho!»

6 comments:

caminhetas said...

Boa noite Ratazana
já me mijei a rir com com o potencial do baixinho, o bicho é mesmo tezudo.

A Canária
Apanha no cagueiro e nem da conta
está muito boa
Continua com boas histórias

Um abraço

Anonymous said...

Oi Ratazana
Gostava de conhecer o Conde do Pincel, que idade tem o bichaninho...MIAU
Bjos Humidos para o Conde
S
s
s
s

Ratazana said...

O Conde do Pincel foi o King do GAS (Grupo de Atiradores do Sexo) do Bar do Traidor no ano de 2006, e tem 60 e picos breques, e ainda dá duas foguetadas por semana.

Anonymous said...

Olá, o cachorrinho tem telefone?
A dar duas foguetadas semanais..
Vamos para a tua casa ou para a minha?
Eu estou a cento e tal kms, são só 60 mts..
Miau.......
S
s
s

Anonymous said...

Oi Ratazana
Não sou muito boa em matemática, mas 1 + 1 = 69?
Estive aí no LORD para conhecer
esse tal de conde, mas o bichaninho nãp apaeceu...Miau
S
s
s
s

Anonymous said...

Decicada ao tal de

CONDE DO PINCEL
Na vida ha erros que cometemos e verdades que desconhecemos.Entre os erros e as verdades amar-te talvez seja o meu unico erro embora seja tb a minha unica verdade
.............MIAU....
S
s
s
s
s