ATRIZ DE PORNO…
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Aveirense aparece, trazendo
debaixo do braço um anúncio de jornal com imagem que garante ser uma bela
oportunidade de se inscrever para fazer um filme porno… uma oportunidade que
ela diz ganhar uma pipa de massa. Aveirense está constantemente a arranjar
programas de qualquer jeito e feitio para açambarcar uma pipa de massa… e todos
eles se parecem com o anúncio que agora apresenta à colega.
A imagem parece-se como um zoo,
nem mais nem menos, mas ela guarda-o rigorosamente na carteira, enquanto
conversa sobre o empresário que lhe telefonou há uns dias atrás.
«Estávamos a fazer um take num estúdio, pá, e eu fui apanhada
à má fé… se não te contasse tu nem acreditavas. Comecei a descascar-me detrás
de um biombo, mesmo ali com a panca do empresário a pedir-me que derramasse um
garrafão de cinco litros de leite pelo meu corpo todo! Porra, tu nem sabes como
é que eu fiquei… passado pouquíssimo tempo ele tinha-me feito entrar um jeco (cão) todo latagão que se pôs a
lamber-me por tudo quanto cheirava a leite.... E estávamos assim quando
aquele estupor do empresário se havia de massacrar-me ao deixar entrar o bode!»
«Claro, para te comer? Foi o que
ele fez, não?», pergunta a colega.
«Aí é que foram elas, pá… nem te
passa! E o cão … nem se assustou com
a presença do bode. Parou rapidamente de lamber-me, enquanto o bode o encabava
por trás! Juro-te, pá, estou a dizer-te a verdade. Eu não queria estar para ali
deitada a vê-los engatilhados e ao mesmo tempo ver o bicho a levar nele…
fez-me impressão. Depois, quando o take terminou
ele perguntou-me se eu ia ficar para o resto do take. Digo-te, pá, que aquele estupor é completamente varrido dos
cornos.»
«Bom, e tu quanto ganhaste?»
«Ganhei uns cobres, não muitos!
Que raio de porno era aquele? Minha Santa, se vais ser comida por um ator
porno, com certeza que queres que o gajo te coma bem e te console como se
tivesses fodido com um regimento… dessa forma quem fez figura de parva fui eu,
tás a ver a cena, pá… Talvez o estupor só me esteja a querer experimentar…»
Enquanto a Aveirense desfia a
história, chega o cliente. Uma rapidinha de linguado… acerta tudo com o
cliente, um rústico. Visto que não regateou o preço, ela desperta-o para uma
rapidinha de sonho. Vai com ele à porta do bar ver o carro que ele tem. O
rústico vem mais tarde buscá-la. Tem estado à sua espera. Um telefonema enviado
dele informa-a que está a caminho e vai levá-la a um local não especificado.
São quase cinco e meia da madrugada quando a Aveirense finalmente mete a chave
à porta do seu pequeno apartamento.
Na banheira ouve na rádio local
uma pequena notícia que quase a põe tesa na água. Marlene da Tatuagem no Cu,
etc., etc., uma artista de programas de cama, transformou-se gaja-gajo! A
primeira vez que Aveirense a conheceu nos takes
viu olhá-la de uma forma bizarra e na noite passada, depois de ter acabado a
sua atuação (O cão e o bode, sem dúvida), correra
para o hospital e submetera-se a uma operação. Como é que uma mulher-puta TROCA DE
SEXO, Santo Meu? Interroga-se. Dias mais tarde, lá estava ele, nos bares e boates a espetar nas
gajas… É de rir e chorar por mais…
não que a Aveirense não acredite na estupidez e maluquice de Marlene, mas
que foi apanhada de surpresa, isso é um facto. Raio de vida, diz ela, eu não
deixaria que agora a gaja-gajo me espetasse, nem por todo o dinheiro do
mundo…
Ela ainda não saíra da cama… cada
hora que passa era um descanso divino. Aveirense, acorda supre mal-humorada do
que quando se deitou, está com as rotações aceleradas, tão nervosa como uma
barata tonta que atira com a chávena de café à parede e fez um montinho de
partículas no chão. Telefona à colega e pergunta-lhe, ao ouvir a sua voz, se
ela quer ir tomar um café. Ela aceita e entram num estabelecimento da zona.
Aveirense nem sabe o que é que deve
dizer, mas não se abre sobre os acontecimentos da noite passada. Ri-se quando a
colega lhe pergunta pelos seus cromos… faz-lhe lembrar um desses engates chatos
e vagarosos que às vezes a procuram… aqueles que sacam das notas e fodem com
elas. Aveirense, os seus risos continuam, está tão à-vontade como qualquer
outra gaja, a divertir-se um pouco à custa do seu métier. Tem-se metido em programas de mulheres que convive, conta
ela, gozando os seus prazeres em simultâneo. Tira os olhos da chávena para
olhar de relance para a colega.
Enquanto a conversa prossegue, a
colega tenta extrair de Aveirense alguns comentários que a façam divertir, mas
ela muda-lhe a antena. Tudo o que ela lhe diz é que saberá em pouco tempo…
De súbito o toque duma mensagem dá
entrada. Aveirense agarra no telemóvel. Devido à luz do sol não consegue topar
a leitura, mas dá à colega para lhe ler o conteúdo.
«Este gajo», explica a colega
enquanto Aveirense a escuta com toda a atenção, «foi em tempos um teu cliente e
quer duas miúdas para uma borga com três gajos. Até paga bem. Cento e cinquenta
euros a cada uma de nós…»
Aveirense retira da saca uns
trocos para pagar a conta e chama um táxi.
O táxi vira por um caminho
transversal para uma espécie de ruela e aí desemboca num estreito. O taxista para
encostado a um muro bastante alto. Quando elas saem não descortinam o mais leve
sinal de pessoas à vista. Caminhando atrás de Aveirense, com
as mãos dentro das calças de ganga, a colega depara com um velho portão de
madeira embutido no muro. Seguem por um caminho em mau estado de conservação,
que as leva a um edifício de pedra de dois andares e, quando entram, reparam
que se encontram dentro de uma velha fábrica de enchidos. Até dá a impressão de
ter sido usada há pouco tempo.
«Olá! Somos o grupo das machorras!», fala um dos tipos quando
elas entram numa sala mal-iluminada, onde se encontram sentados mais dois tipos
falando em voz grossa. Tanto quanto lhe é dado a perceber, a Aveirense não
conhece nenhum daqueles rostos, com a exceção, de um deles lhe ser talvez um
pouco familiar, mas não se lembra.
Não há problemas, é claro.
Aveirense deixa a colega a
entretê-los e depois afasta-se para ir ao quarto de banho. Fecha a porta por
dentro e abaixa as cuecas e enfia um dedo pela vagina… ainda tem o período.
Quer que o gajo a coma, para sacar aquela nota, diz pra ela, e da mala de mão
puxa por um bocado de algodão e empurra-o pela vagina dentro… A um canto a
colega está agarrada pelos dois tipos que a gozam, enquanto o terceiro faz
sinais para Aveirense se aproximar. Ela chega-se a ele e, faz pé atrás, mas é
obvio que um dos motivos porque ele a chamou é para montá-la…. portanto deve
ser já… A colega interroga os dois tipos sobre quem primeiro a vai comer. O
gajo que está atrás dela fuzila-a com os olhos e pôs-lhe os braços ao pescoço.
Há por todo o lado um cheiro que abunda ao choco.
«Queremos foder os dois»,
berra-lhe, «queremos que tu nos fodas aos dois…», responde-lhe, aspirando o ar
como se gostasse daquele fedor.
Enquanto isso, dentro de um quarto
minúsculo, o tipo prega cum empurrão na Aveirense que cai na cama com alguma
violência e fica a mandar vir com ele durante
largos segundos. A seguir, o tipo começa a despir-se em silêncio… em
silêncio também a Aveirense começa a arrancar o vestido do corpo… de repente, o
tipo corre para o centro da cama e lança-se sobre ela, nu. Gemendo aos
solavancos, a Aveirense fica para ali deitada de pernas esticadas com o corpo
flexível, pressionando e dobrando os dedos sobre os lençóis da cama, enquanto o
tipo coloca as mãos sobre o seu rabo e
lhe percorre todo o corpo com elas. Mantendo um ritmo infernal, sempre a
bombar, baloiçando-se num ritmo trote até que algo se prende à cabeça da sua
gaita funcionando como um tampão, e quando tira a ferramenta para fora, cai-lhe
os tomates ao chão… e vê na cama um enchumaço de algodão envolto em sangue…
Antes que ela lhe explique, o tipo
atirou-lhe com o enchumaço à cara e gritou qualquer coisa como ininteligível.
Enquanto limpa a cabeça da gaita, começa a vestir-se e sai. Termina a borga, e
os restantes comparsas fazem constar os seus comentários. É o momento para que
eles acertem as contas. Começam a abrir as carteiras, e fazem contas à moda do
Porto… um estilo usual que é corrente neles, mas um berro alto, faz-se ouvir…
O cliente de Aveirense chama a si
os colegas da borga e ambos discutem sobre o não pagamento e começam a
insurgir-se também contra ela. Finalmente um deles paga à colega… depois o
outro cospe num copo de vinho espumoso! E enquanto o terceiro sacode a gaita e
atira com o resto do enchumaço do algodão para o meio do chão.
«Estive a gozar com o algodão»,
diz-lhes. «A puta que me calhou é uma artista. Comeu-me, mas não vai
comer o meu dinheiro.»
A seguir são conduzidas até à
entrada e, como se fossem um lixo, lançadas para fora. Aveirense em primeiro
lugar. As raparigas caminham pela ruela como se estivessem drogadas e tropeçam
nas pedras baixas e altas. Já não têm disposição para falar, mas conservam
ainda um pouco de humor. Puxando pelo telemóvel Aveirense chama um táxi.
Atingem o muro, e lá se conseguem orientar até encontrar o caminho para
aguardar pelo táxi que as leve de regresso. Ainda não tinham acabado bem de
sair quando qualquer coisa se meteu no sapato de Aveirense que se
desequilibrou.
Segue cambaleando enquanto a
colega a puxa através do estreito em direção ao muro. A sua mão solta-se da
colega quando ela cai, e apoia-se nos joelhos sobre a terra húmida, com ambas
as mãos abertas rogando:
«Oh, pá! Fodam-se estes cabritos!»
2 comments:
Olá, Fernando. Ainda te lembras de mim?
Ass.: Miss Coelho
Olá Chana! Como eu ia me esquecer? Fazes parte da minha história. Vou-te fazer recordar um pouco!... No YouTube clicas: Fernando Abraão - Os Traidores do "L". Diverte-te. Bjs do maralhal do "Puerto"...
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